Em um cenário econômico cada vez mais desafiador, compreender como nossas escolhas diárias afetam a saúde do nosso bolso é fundamental. Finanças comportamentais alia psicologia e economia para explicar por que nem sempre agimos de maneira racional ao lidar com dinheiro.
Finanças comportamentais é a área que estuda como fatores psicológicos, comportamentais, sociais e emocionais influenciam as decisões financeiras dos indivíduos.
Diferentemente da economia tradicional, que assume tomar decisões sempre racionais, essa abordagem reconhece vieses cognitivos, emoções e pressões sociais como determinantes centrais.
Em 2024, o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB) alcançou 56,7 pontos em 2024, o maior patamar em três anos, segundo BC-Febraban.
Mesmo com 59% dos brasileiros observando sobra financeira ao final do mês, leve melhora, mas ainda há fragilidades em grande parte da população.
Ainda assim, 74% gastam tudo ou mais do que ganham, metade vive algum nível de aperto e 43% relatam dificuldades para pagar contas. Além disso, 51% terminam o mês no vermelho ou zerados.
O perfil de cada indivíduo molda a forma como lida com dinheiro. Entre os fatores mais relevantes:
Materialismo: quanto maior o desejo de adquirir bens, maior o risco de consumir impulsivamente e acumular dívidas.
Controle financeiro: monitorar receitas e despesas reduz atrasos e custos com juros.
Economia financeira: o hábito de poupar cria reserva de emergência e segurança para imprevistos.
Planejamento financeiro: organizar receitas e despesas no início do mês traz clareza ao orçamento.
Atitude financeira: emoções como ansiedade, prazer ou culpa influenciam diretamente na vontade de gastar ou poupar.
Jovens mostram maior fragilidade ao endividamento, motivados por consumo impulsivo e pressão de grupos sociais. Homens solteiros tendem a comprar por satisfação pessoal, enquanto homens casados gastam por necessidade.
O consumo por impulso, alimentado por fatores emocionais ou pela busca de status, está entre as principais causas de endividamento no Brasil.
A desordem nas finanças gera impactos diretos na qualidade de vida:
• Estresse doméstico: 28% das famílias apontam problemas financeiros como principal fonte de tensão.
• Piora do padrão de vida: 23% relataram queda significativa no bem-estar em 2023.
Criar um círculo vicioso de falta de controle leva a decisões piores, mais dívidas e ainda mais estresse no futuro.
Programas de educação financeira promovem comportamentos mais saudáveis e aumentam a autonomia para planejar o futuro. Integrar esses ensinamentos ao currículo escolar pode transformar hábitos desde cedo e fortalecer o bem-estar coletivo.
O conhecimento sobre produtos financeiros, taxas de juros e alternativas de crédito empodera o indivíduo, reduz a vulnerabilidade e fomenta uma cultura de responsabilidade.
O comportamento é frequentemente o fator mais determinante na saúde financeira do brasileiro, superando até mesmo a renda.
Conhecimento, planejamento e atitude são os pilares de uma relação equilibrada com o dinheiro, capaz de promover segurança e mais qualidade de vida.
Referências